30 de dez. de 2003

Tem aumentado minha indignação com as propagandas da MONSANTO. Devem ter investido uma grana bem alta, visto os horários em que surgem na telinha.

Uns cara de pau mesmo! Exploram belas imagens, dialogos entre gerações, o fim da fome, o avanço tecnológico. Bons manipuladores não só do soja, mas da esperança e sonho das pessoas de um mundo melhor, mais justo,mais digno.

Fiquei tão irritada que comecei a xingar, para espanto de Jana e Gabi. Queriam saber porque eu tava tão braba com uma propaganda tão linda, que "vai trazer mais comida, e que as plantas não vão morrer tão fácil". Aí, quem se espantou fui eu.
Como explicar isso para duas crianças de 9 anos? A colocação delas não é diferente de um grande número de pessoas.

O transgênico não produz semente, o que implica em ter que sempre comprá-las e, pagando o preço exigido. Expandindo-se a produção de transgênicos, corremos o risco de ver desaparecer, ao longo do tempo, os não transgênicos e aí, a abundância prometida, o fim da fome no mundo fica cada vez mais distante, dependendo dos interesses do capital.

Enquanto isso, nossos pequenos agricultores não têm terra. Os que tem, via de regra dependem dos famigerados agrotóxicos, visto que o controle biológico ainda é pouco conhecido. Quem sabe investir pesado em belas propagandas sobre biotecnologia no sentido inverso dos transgênicos, ou seja, a permacultura, a agrobiologia? Mas programas desse gênero só passam cedo da manhã, ou em outros horários pouco vistos por um grande número de pessoas.

É, são os meios de comunicação a serviço do social!!!!!!

Não sei se minhas filhas entenderam tudo o que expliquei, mas tentaram algumas articulações via perguntas. Cada vez tenho mais convivção da importância de ver TV com elas e ir fazendo aportes aos programas que assistem, inclusive os perversos contos da MONSATO.

28 de dez. de 2003

Finalmente a casa está em ordem. Contei com a super ajuda da Su, que mesmo em férias continua mediando, como boa educadora, a minha aprendizagem.

Gostaram?

27 de dez. de 2003

Não estou conseguindo arrumar o template do nina, o que está me irritando. Devo ter apagado algum código, mas não sei qual.

Ficou uma enorme bagunça, horrível. Não sei como sair dessa.

25 de dez. de 2003

"Nós podemos viver numa casa mais ou menos, numa rua mais ou menos, dormir numa cama mais ou menos.
Mas o que não podemos, de forma alguma, é sonhar mais ou menos, lutar mais ou menos, ter fé mais ou menos e ter esperança mais ou menos"

17 de dez. de 2003

continuando...

TELNET

Mais informações sobre o assunto:
Quatro Cantos
Projeto Telescola
Rede Tchê
Me cadastrei no Google Alert. vamos ver o que acontece.


Bolgquests - Mecanismos de busca e pesquisa na web
1. Por que o radaruol diz: tecnologia google?
2. Por que alguns sites ftp tem restrição de acesso?

Para não esquecer:
3. Diretórios:http://br.yahoo.com/
4. Catálogos:
http://www.google.com
http://www.altavista.digital.com
http://lycos.com
http://www.radaruol.com.br
5. Metaformulários
http://www.metacrawler.com
http://profusion.ittc.ukans.edu/
6.Gophers:Aleph , FTP
lista de ftps com os respectivos diretórios públicos e informações disponíveis >> Anonymous FTP Sites In Domain BR

15 de dez. de 2003



As vezes recebemos por email textos que nos enfurecem e exigem resposta. Foi o que aconteceu no domingo, com a Suzana .

Vejam o texto que ela recebeu:

A diferença entre os países pobres e os ricos não é a idade do país.
Isto pode ser demonstrado por países como Índia e Egito, que tem mais de 2000 anos e são pobres.Por outro lado, Canadá, Austrália e Nova Zelândia, que há 150 anos eram inexpressivos, hoje são países desenvolvidos e ricos.

A diferença entre países pobres e ricos também não reside nos recursos naturais disponíveis.
O Japão possui um território limitado, 80% montanhoso, inadequado para a agricultura e a criação de gado, mas é a segunda economia mundial.O país é como uma imensa fábrica flutuante, importando matéria-prima do mundo todo eexportando produtos manufaturados.

Outro exemplo é a Suíça, que não planta cacau mas tem o melhor chocolate domundo. Em seu pequeno território cria animais e cultiva o solo durante apenas quatro meses no ano. Não obstante, fabrica laticínios damelhor qualidade. É um país pequeno que passa uma imagem de segurança,
ordem e trabalho, o que o tranformou na caixa forte do mundo.

Executivos de países ricos que se relacionam com seus pares de países pobres mostram que não há diferença intelectual significativa.

A raça ou a cor da pele também não são importantes:imigrantes rotulados de preguiçosos em seus países de origem são a força produtiva de países europeus ricos.

Qual é então a diferença? A diferença é a atitude das pessoas, moldada ao longo dos anos pela
educação e pela cultura. Ao analisarmos a conduta das pessoas nos países ricos e desenvolvidos,
constatamos que a grande maioria segue os seguintes princípios de vida:

1. A ética, como princípio básico.
2. A integridade.
3. A responsabilidade.
4. O respeito às leis e regulamentos.
5. O respeito pelo direito dos demais cidadãos.
6. O amor ao trabalho.
7. O esforço pela poupança e pelo investimento.
8. O desejo de superação.
9. A pontualidade.

Nos países pobres apenas uma minoria segue esses princípios básicos em sua
vida diária. Não somos pobres porque nos faltam recursos naturais ou porque a natureza
foi cruel conosco.

Somos pobres porque nos falta atitude. Nos falta vontade para cumprir eensinar esses princípios de funcionamento das sociedades ricas e desenvolvidas.

Se você não repassar este e-mail nada vai lhe acontecer. Seu animal de estimação não vai morrer,
você não será mandado embora de seu emprego, não vai ter azar por sete anos nem tampouco vai ficar doente.

Se você ama o Brasil faça circular esta mensagem para que a maior quantidade de pessoas reflita
sobre isto e MUDE!!!

Como não podia deixar de ser, a resposta da Su, foi uma paulada. Vejam

Vocês apenas esqueceram de mencionar que a maioria de nossos ladrões e corruptos não estão no povo e sim nos que até estudaram nestes paises exemplares.
Esqueceram de mencionar o tempo em que financiamos o progresso deles como colônia.
Esqueceram de mencionar que todos os meses sangramos pagando a agiotas internacionais tipo FMI.
Somos um povo que dá um duro danado pra se manter vivo e sempre vem alguém geralmente de barriga cheia e cabeça vazia com este tipo de cantilena idiota e desinformada.

Aí vai um bom texto, que dá um belo exemplo do porquê somos pobres. Por valores como estes e que NÃO são valores dos brasileiros e, sim, valores de ALGUNS pouquissimos brasileiros, adotados por uma elite que concentra nossa riqueza como país. Somos um país rico, nosso povo que é EMpobrecido.
O mesmo me disse um colega da Guiné, num Congresso. Meu país é rico, mas o povo é pobre, pois a bauxita e os diamantes ficam com as transacionais, por uma meia dúzia de acordos feitos pela meia dúzia de ricos do país.

A bolsa ou a vida!
por Cora Ronai (no Globo em 13/11)
O que é mais cafona: uma bolsa Vuitton autêntica a R$ 3.500 ou uma falsificada a R$ 300?

Quem leu o Ela no sábado passado sabe: Maria Clara Diniz, a heroína da novela das oito, usava bolsa Vuitton falsificada. Inacreditável! A contravenção foi descoberta pelo diretor-geral da marca que, chocado com o faux-pas da produção, prontamente enviou para a Rede Globo uma bolsa original. Agora, o pessoal da Delegacia de Repressão contra os Crimes de Propriedade e Material (que não se perca pela extensão do nome), recém-criada aqui no Rio e primeira do Brasil, já pode respirar aliviado: sai a bolsa cafona de R$ 300, entra a bolsa cafona de R$ 3.500.
Embora, tirando o atento diretor-geral da Vuitton, ninguém vá reparar na diferença.
É muito grave o problema social criado pela bolsa Vuitton falsificada. Medidas urgentes têm que ser - e serão! - tomadas para garantir que a patroa, ao sair pelo elevador social com sua bolsa comprada a peso de euro, de ouro, em Paris, não passe pelo constrangimento de cruzar na portaria com a empregada, que entra pelo elevador de serviço, portando uma bolsa não-Vuitton, igualzinha, comprada a dez real ali na esquina. Onde é que nós vamos parar? Assim, vamos acabar batendo com a cabeça na igualdade.
* * *
Não é cômico. É até muito sério. Mas não pelo artigo pirata, e sim pelo artigo genuíno. Há algo errado, até socialmente doente, com uma bolsa de R$ 3.500. E há algo de muito errado com uma sociedade em que alguém que compra uma bolsa de R$ 3.500 é considerado chique, e não otário.
Não há, numa bolsa, material ou qualidade de trabalho que justifiquem um preço desses; a não ser, é claro, o valor intangível daquelas letrinhas estampadas, cuja única finalidade é proclamar aos céus que ali vai uma pessoa com muito dinheiro e pouco critério. Em suma: um otário. Feminino, na grande maioria dos casos.
* * *
Ao contrário do que esse parágrafo pareça insinuar, eu não sou uma Ralph Nader tardia. Como quase todo mundo - intelectuais do Joãosinho Trinta à parte - gosto de luxo e riqueza, e já fiz extravagâncias de consumo suficientes para arder para sempre no fogo do inferno, que se alimenta basicamente na fogueira das vaidades burguesas.
Mas há uma perversidade na relação custo-benefício de uma bolsa Vuitton, um exagero de consumo, que me revolta pela evidente agressão social que projeta. Há uma profunda deselegância moral naquelas letrinhas estampadas. Seriam mais honestas se fossem cifrões. Que me desculpem a Maria Clara Diniz, o diretor-geral da marca e as moças todas que andam por aí de Vuitton a tiracolo, falso ou verdadeiro. É tudo falso.
* * *
E é implicância minha sim. Mas não com a Vuitton, especificamente. A Vuitton é apenas o emblema momentâneo do meu completo desgosto com pessoas cujos valores sociais e humanos são tão primários, mas tão primários, que dependem de bol$a$ como essas para saber com quem devem se relacionar.

É isso aí SU!!!!

14 de dez. de 2003

Acácia Kuenzer

Na quarta-feira, 10 de dezembro, tive a oportunidade de ouvir e conhecer, ao vivo e a cores, a professora Acácia Kuenzer.
Confesso que a achei muito diferente da idéia feita em meu imaginário. Sua fala foi consistente, contundente e de grande sensibilidade. Uma belezura como diria mestre Freire.

A seguir, transcrevo algumas das anotações que fiz.

A questão sobre a qual falarei hoje, já coloquei na ANPED. O que fazer com o ensino médio? O que fazer com a educação profissional? Com relação ou não ao ensino médio?

Os dilemas dessa discussão, tem sua origem na organização da sociedade e não na escola. Na estrutura de sociedade capitalista onde podemos fazer alguns remendos. De que educação profissional estamos falando? Sim, pois o pós-doutorado é também uma educação profissional, quando preparo meu neto para o raciocínio lógico formal, também é eduicação profissional. Então, a questão é: do que falamos e para quem. Temos que discutir a partir da dualidade estrutural:
da elite que faz formação profissional a partir da graduação ou da classe que vive do trabalho e que faz como dá a sua formação.

As macro categorias continuam as mesmas com nuances diferenciadas a partir dos anos 80. Houveram transformações? Sim. Muda o que?

Com relação a concepção de trabalho e que impacto traz? Que mudanças traz o modelo técnico baseado na microeletrônica?

Trabalhar é enfrentar eventos. As formas de trabalho típicas do taylorismo-fordismo não deixam de ser hegemônicas na microeletrônica. Saber fazer, competência. Saber fazer voltado para operações definidas, transparentes... pouca escolaridade e muita experiência. Educar-se para o trabalho no trabalho. Era um conhecimento tácito, advém de problemas
que se colocam para o trabalhador e que ele resolve fazendo, e não por apropriação teórica. Um saber fazer adquirido ao longo da experiência laboral. está circunscrito a uma não sistematização e este conhecimento não se transfere, ou seja, o conhecimento tácito não se repassa.

Quando a base eletromecânica desaparece e temos a base microeletrônica, vai acontecer uma mudança de qualidade. O trabalhador das novas tecnologias não faz, não tem mais nem a parte do fim do trabalho concreto e começo do abstrato. ele só intervém quando o equipamento não funciona. Trabalhar, a partir daí, não é mais enfrentar eventos. O conhecimento tácito que caracterizava suas competências não dá mais conta. É preciso uma outra compreensão do que é competência. Esta passa a ser a capacidade de resolver trabalho complexo com relativa rapidez, O exercício de interferência vai determinar o ser ou não ser competente.

Só posso entender a educação profissional a partir da análise das cadeias produtivas, vendo a combinação das diferentes formas de precarização do trabalho ao longo da cadeia.

Cada vez mais é necessário um número pequeno de trabalhadores, cada vez mais especificados. Educação profissional de quem vai trabalhar no setor.

Onde se localizam os perdedores da resstruturação produtiva? Onde ficam os educadores?A inserção na vida social e produtiva exige o ensino médio. O que temos ofertado para os perdedores em termos de educação profissional é uma política precária para formar trabalhadores precarizados para uma inserção de precaridade.

Uma revisão teria que passar pelo resgate do espaço público, o que não seria remendo, seria garantir o acesso no mínimo à graduação. Democratização de uma educação de qualidade na esfera pública.

Bem, voltemos aos dilemas dos quais falei no início. A compreensão de que o ensino médio é parte da educação básica é o movimento dos mais progressistas, A classe trabalhadora só tem na escola a possibilidade de ter acesso ao conhecimento. Como conciliaro direito de estar na escola de qualidade e ao mesmo tempo que precisa do conhecimento sobre o trabalho.

Ensino médio ou educação profissional?

O que é a nova pedagogia do trabalho? É uma nova dialética entre o trabalho e a ....




13 de dez. de 2003

Finalmente retomo a escrita neste espaço. As coisas andam meio atropeladas, mas ...

A ida ao Colóquio Internacional em Ijuí, foi "bala" como dizem minhas filhas. A oportunidade de conviver mais de perto com as colegas - Su, Nair, Silvana, Simone,Jorge,Laura, ... - foi excelente. Foram dias de discussões, novelas, chimarrão, cerveja e um recepcionista muito engraçado.

Apresentei trabalho - Práticas Educativas: Tessituras em Movimento - no dia 27.11, Tema 3 - Educação, formação e modos de socialização. Como o tempo era curto, as discussões dos trabalhos acabaram prejudicadas. Mas chamou minha atenção o fato de o quanto existem educadores que insistem em dizer que educação não é um ato político.

No dia 28, participei do grupo onde a Su apresentou o trabalho: A formação de professores em comunidades de educadores pesquisadores: autoria e autonomia na criação e utilização das tecnologias educacionais informatizadas. Tema 4 - Políticas educacionais e formação profissional. Foi excelente. Além disso, ela foi nossa intérprete na apresentação do trabalho do colega da Guiné. Ele só falava frances e um pouco de ingles.

Houve ainda neste grupo, uma discussão "acalorada" referente ao trabalho A dimensão política do projeto pedagógico.
Entre outras coisas o colega apontava que o que fazia os pais participarem na elaboração do projeto pedagógico era a "palavra" político. Esta palavra ao contrário de pedagógico, exclusiva dos técnicos na opinião dele, fazia os pais se acharem em condições de participar, pois eram cidadãos votantes e portanto, entendiam de política estando todos os envolvidos em iguais condições. Para reforçar sua idéias lançou mão do consenso habermasiano. Consenso este, que se dá entre iguais. Registro ainda, que a participação dos pais, era via Conselho Escolar eleito mediante voto.

Ficam algumas questões:

Por que a idéia de participação, democracia, deve resumir-se ao voto?

A participação da comunidade escolar na elaboração do projeto político pedagógico não estará ligada ao fato de sentir-se realmente convocada para tal?

O projeto político pedagógico é uma ato político, aliás como toda educação, portanto. uma visão de mundo. Por que tecnificá-lo?

O consenso habermasiano se dá entre iguais e na base do vence o melhor argumento. Será este aporte o melhor para a elaboração de um projeto que se propões coletivo?

Bem, creio que por enquanto é isso.
Para rir um pouco, seguindo as recomendações da Su.